O isolamento social trouxe dificuldades em diversas áreas da nossa vida. Houve um aumento significativo de transtornos mentais, uso de drogas e álcool, sobrecarga de atividades, violência doméstica, além de problemas financeiros e perda de emprego. Com tantos conflitos e preocupações, o casamento também foi afetado por esse fenômeno. Outro fator que pode colaborar para esse aumento, é o convívio intenso entre os casais. Isso pode gerar mais conflitos ou fazer com que as pessoas comecem a perceber incompatibilidades e defeitos em seu parceiro, que antes passavam despercebidos, tornando a convivência mais difícil ou até mesmo insustentável.
Estima-se que desde o início da pandemia houve um aumento de 54% nos pedidos de divórcio no Brasil, segundo levantamento do Colégio Notarial do Brasil (CNB/CF). As pessoas passaram a perceber incompatibilidades, seja em relação ao estresse cotidiano, divisão de tarefas ou ajuda no cuidado e educação dos filhos. Há também os que casais que já estavam com o relacionamento desgastado, mas que o manteriam por mais tempo, porém decidiram pela separação após o convívio intenso causado pelo isolamento social. Além disso, muitas pessoas passaram a se sentir sozinhas, mesmo na companhia do outro.
Para manter um casamento saudável não basta somente o amor e a admiração pelo parceiro, é preciso investir na relação, além de manter o respeito mútuo e a comunicação. Existem alguns fatores que podem favorecer o divórcio, e esses podem ser desencadeados com maior facilidade em um momento de crise como esse que enfrentamos recentemente. Se você identificar algum desses pontos em seu relacionamento, converse com o seu parceiro e reavaliem as atitudes de ambos, a fim de modificar padrões disfuncionais e melhorar a relação.
Quais são os fatores que podem influenciar no divórcio
Falta de investimento na relação
Nesse caso o relacionamento tende a cair na mesmice e se tornar entediante. Muitas pessoas se acomodam após o casamento pois têm a sensação de que o período de conquista já encerrou, então não criam situações agradáveis com o parceiro. Mas relacionamentos precisam de atenção, cuidado e dedicação para que possam se manter saudáveis.
Nesse aspecto, as pessoas podem se sentir desvalorizadas e sem apoio. A falta de atenção ao parceiro, de demonstrações de afeto e de intimidade pode gerar conflitos e discussões, podendo levar ao divórcio. É preciso estar atento, pois a ausência de investimento pode ocorrer de forma gradual e quando o casal percebe, já houve desgaste na relação.
Egoísmo e controle
Pensar apenas em seu próprio bem estar e ter dificuldade em ceder pode desgastar o relacionamento, pois essas atitudes invalidam o outro. Estar certo o tempo todo e não permitir que o parceiro também tome decisões tira a sua autoridade e autonomia, o que pode trazer prejuízos para a sua autoestima.
Ninguém precisa ser agradado o tempo todo. É necessário estar atento às necessidades do parceiro, ouvir e respeitar as suas opiniões. Se você perceber que está cedendo sempre às vontades do outro ou, os seus desejos sempre prevalecem, é hora de reavaliar as suas atitudes.
Comunicação deficiente
Muitas pessoas, especialmente as mulheres, esperam que seus parceiros adivinhem seus pensamentos e atendam aos seus desejos, sem que estes sejam comunicados ao outro. É como se o parceiro tivesse a obrigação de perceber as suas necessidades; e quando estas não são satisfeitas, surge a sensação de frustração e insignificância. Quando as suas opiniões ou as suas necessidades não são expostas ao seu parceiro, abre margem para que o outro tome atitudes que melhor lhe convém, podendo fazer com que você se sinta anulado na relação.
Ausência de conflitos não significa que o relacionamento está saudável. Acreditar que o relacionamento vai melhorar se o casal não conversar sobre seus problemas e insatisfações pode ser outro fator a favorecer o divórcio, pois as pequenas coisas vão somando até chegar num ponto insustentável.
Crise financeira
Se o casal apresenta dificuldades em outras áreas do relacionamento, uma crise financeira pode ser a gota d’água para o ponto final do casamento. Se não há diálogo, parceria e alinhamento de projetos em comum, a dificuldade financeira será um item a mais a causar brigas e desentendimentos.
Desinteresse sexual
Nesse caso é comum que o casal não tenha o costume de conversar sobre a vida sexual, o que remete à questão da falta de comunicação. Além disso, para muitas mulheres, o sexo costuma depender da troca e da escuta da relação, diferente de grande parte dos homens, que costuma ser mais imediatista e visual, conseguindo separar o sentimento do desejo. Durante o relacionamento o sexo vai se transformando, se o casal não tiver cuidado com ele, o fim da vida sexual acaba se tornando um problema e mais um motivo para o divórcio.
Divisão desigual de tarefas
Mesmo com a entrada das mulheres no mercado de trabalho, elas ainda gastam mais tempo em tarefas domésticas que os homens. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, as mulheres trabalham cerca de 21 horas e 12 minutos em casa por semana, enquanto os homens trabalham apenas 10 horas por semana. Como resultado dessa desigualdade, surgem discussões e desentendimentos frequentes que podem levar ao desgaste do relacionamento e, consequentemente, ao divórcio.
Traição
A traição pode ser consequência dos motivos citados acima. A falta de cuidado, de comunicação e de parceria levam a consequências, e a traição é uma delas. As pessoas vão atrás do reconhecimento, de prazer sexual, vão buscar ânimo na vida fora de casa.
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